sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Todo dia ela faz tudo sempre igual

"Todo dia ela faz tudo sempre igual"....

Chega com seu parceiro, que sempre passa a catraca enquanto ela fica do outro lado da grade. Ele a olha como se esperasse uma ordem, uma orientação... Ela, sorridente, aponta pra ele o local que ele deve ficar...Ele "atenciosamente", obedece e segue a ordem. Ela sempre vai para o mesmo lugar, volta, passa a catraca e fica com ele.

Todo dia ela faz tudo sempre igual...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A máquina

A máquina do homem calcula o tempo que leva de casa até seu destino, a máquina do relógio apenas mostra isso. A máquina do homem calcula na fila a posição que terá mais chance de encontrar um lugar no ônibus para sentar-se, o local que é menos provável e o lugar que nem adianta sonhar, que não vai dar pra sentar, não vai rolar!

A máquina do homem conversa sobre a máquina do computador, sobre a placa e a memória limitada. A máquina do homem é diferente de outras máquinas, tem espaço de sobra na memória, a máquina do homem sente.

A maquina microondas é programada para aquecer a comida, a máquina da TV te enche com a programação que nem sempre passa o que você quer ver, e, o que você precisa. A máquina de foto tenta as lembranças manter. A máquina do rádio te convida a dançar, cantar, extravasar. A máquina do homem se acha no poder, e pode até ser, cabe ao homem ligar ou desligar a TV.

P.s: Só espero que não dê pane no sistema.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Uma parte que não tinha"

Com certeza você já encontrou ou conhece uma daquelas pessoas fanáticas que gritam o nome do “astro favorito”, que chora, que treme, que faz de tudo por um autografo, uma foto, que até mesmo um simples “oi” é motivo para um grito estérico.

Mas cada vez mais que eu vejo situações como essas, menos eu gosto de “Astros”, quem são eles? Eu não os conheço. Meus admirados estão do meu lado, posso até parabenizar os astros pelo trabalho, mas quanto mais eu olho para o mundo do outro, mas respeito essas pessoas de bem, trabalhadores, essas que sustentam a casa, que ralam em dois empregos, que trabalham e estudam, ou que acorda cedo pra estudar, essas que valorizam a amizade, essas que sorriem com sinceridade, essas que sonham acordada, que tem pureza nos olhos, essas que fazem sacrifícios, o possível e o impossível só porque amam. Essas que tem espontaneidade, que tem força, que tem coragem. Não que os “astros” não tenham isso, mas não os encontro nos ônibus da vida, como posso pensar falar deles?

Ai! Ai! Suspirando mesmo, quanto mais escuto esta história, mas a amo. Hoje, terça-feira de Novembro foi à primeira vez que peguei ônibus com parte da minha adorável trupe. Todos já estavam na fila que não era a minha, menos Charles, quando eu entro, encontro um lugarzinho para me sentar, olho pra frente, Charles me surpreende entrando no mesmo ônibus que eu. Começo a especular... E antes que eu termine Rodrigo e Guilherme entram no ônibus largando mão de ir sentado para estar na companhia do amigo.

As pessoas não entendem, mas são em gestos intrínsecos que estão o verdadeiro sentido de viver la vida.

Minha suspeita de serem estudantes pode ser confirmada hoje, observo... Primeiro ponto perto da escola, nada! Aquela pequena trupe continua seguindo a viagem. Queria estar mais perto, ser uma formiguinha, uma mosca, até mesmo uma lagartixa (pensando bem nunca vi uma lagartixa no ônibus), mas tudo isso só para saber o que eles estão conversando e quem realmente são esses caras sobre quem escrevo.

Certa vez um senhor entrou na sala e começou a conversar comigo. Contou-me de uma namorada, contou-me o caminho longo que traçava para encontrá-la. São pessoas assim que eu admiro.
Um minuto! Escuto a voz e a risada dos meninos, é, alguém já me disse uma vez: “Você não faz idéia dos segredos que um homem fala para o outro”, acho que foi o Gerente.

Hoje eram apenas os três, os três mosqueteiros, não faço a mínima idéia do que falam, mas admiro a cumplicidade, a amizade. Tenho amigas assim também e no lugar desses três, vejo a cena, nós três rindo e falando coisas que não dizemos para todos.

A mão esquerda de Charles com relógio, o cabelo arrepiado de Guilherme e a mão direita de Rodrigo me permite saber que eles ainda estão aqui, mas é só que vejo daqui, vejo em partes, nunca completo. É só o que eu vejo, eu vejo em partes.

E quando descerem do ônibus a história acaba? Não, começa outra história. Porque a vida é assim repleta de história sem fim, não funciona como os contos de fada onde se começam com “Era uma vez...” e termina-se no “...e viveram felizes para sempre”. A vida é uma caixinha de surpresas, repletas de histórias e historinhas, algumas até que se parecem com as da carochinha, mas nada é previsível, nem termina no ponto, se dispersar, parágrafo na outra linha, outra história de vida.

Mas é aqui que termino a história de hoje, Charles, Guilherme e Rodrigo desceram, e eu já sei onde...Bem, isso explica algumas coisas, mas isso por enquanto é um segredo, quem sabe no próximo ônibus. ^^

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eles voltaram!!

Era mais um começo de semana, mais uma segunda, dessa vez com tendência para abrir um lindo sol, mas como vocês sabem São Paulo é uma carta com ponto de interrogação, começa de um jeito, termina de outro, nada é previsível.

Tinha acabado de pensar na minha trupe, na saudade e me perguntando: “Será que os verei novamente?”, uma semana havia se passado e eu não tinha visto nada, nem o rastro, cheguei a imaginar que não os veria novamente.

Até que meu coração esmorecido avistou Luana, exatamente, era ela, estava certa disso, me enchi de esperanças. Quando nossos olhos se acostumam a enxergar um conjunto, fica difícil ver apenas uma parte do conjunto. Luana hesitou a passar a catraca, isso me encheu mais ainda de esperança, olhou para os lados, mas não durou muito, pois entrou. Luana é uma morena bonita, engraçado, ela não é gorda nem magra, se parece mais com a mistura dos dois.

A partir daí meus olhos ficaram atentos a qualquer um que podia vir. Na outra plataforma, meus olhos viram Rodrigo e Guilherme, me desculpem por colocar meus sentimentos, mas me enchi de alegria. Em seguida Aline, os três, esperaram na catraca, mas nada de Charles, no lugar dele apareceu outro menino, o qual ainda não escolhi um nome.

Mas eu não estava satisfeita, queria Charles, queria a trupe completa. Os três e o novo integrante esperam um pouco, mas também entraram. Mais um tempo, Charles, sim Charles ^^, acompanhado de outro moço sem nome.

Mas hoje todos os nomes me pareciam embaralhados, não combinavam, não se encaixavam. Era sim a minha trupe adorável, a mesma, mas pareciam mudados, renovados. Charles, Guilherme e Rodrigo pareciam ter um corte de cabelo novo, mas o de Rodrigo era o que mais se destacava.

Antes do sumiço, Rodrigo tinha um enorme pseudomoicano. Os três fazem parte do grupo de meninos de cabelos arrepiados. Charles as vezes muda, deixando seu cabelo baixo, quando não, Rodrigo e Charles escondem as “madeixas” no boné. Mas eram eles, os mesmos sorrisos. Não pareciam ter ficado muito tempo sem se verem, mas os meus olhos sim, estes comemoravam pelos rostos que viam.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sonhar é acordar-se pra dentro

Quem está do outro lado.... (do outro lado).... (outro lado)
Gritou a menina bem alto do estrado...
Mas nada ouviu além de si mesma.

Se colocou a pensar
Nas letras e canções que queria cantar para alguém
Um moço de belo porte, de olhos arredondados.
Será que ele vem?!

Nada...nada além.

Quis pegar um trem
Viajar, sonhar com um encontro do "destino"
Ocasionado de propósito pelo seu auto estimulo.
Viajou mil milímetros e não moveu um dedo do lugar.

Quis ir, ficar e estar
Tudo ao mesmo tempo
Mas estagnou
Com seus olhos penetrantes
Viajantes...
Respirou...