terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Quem quer pão?!

A moça sentada do meu lado, é jovem e bonita, para os que acham que essas duas palavras andam juntas. Eu, particularmente discordo, até pela relatividade e subjetividade de cada uma dessas palavras, no entanto, estava ela lá, sentada ao meu lado e gentilmente se ofereceu para segurar a bolsa da moça que estava em pé, a moça não recusou a gentileza, pois é fato que gentileza gera mais gentileza.
Animada, falava ao telefone, aparentemente com seu namorado, a qual carinhosamente ela chamava de "amor" e perguntava onde ele estava, devia ser apenas 7 horas da manhã, ao ouvir a resposta ela disse: "Comprando pão?! Que delícia, só eu que não compro pão", disse ela como se comprar pão fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, e de fato, ela tem razão... A gente trabalha todo dia para comprar pão. Há tempos atrás quando o moço era bonito, ele era um pão. Até música o pão ganhou feita pela Xuxa, que era: "Quem quer pão, quem quer pão, quem quer pão, que tá quentinho, tá quentinho tá quentinho" e na oração o agradecimento pelo pão nosso de cada dia... o moço vendendo doce no ônibus que já vem com o discurso pronto: "eu poderia tá matando, eu poderia tá roubando", mas não, ele não está, está apenas tentando ganhar o pão, a criança jogada na sarjeta daria tudo por um pedaço de pão, o pai de família trabalha o mês inteiro para comprar pão para esposa e filhos. Alguns políticos roubam o "pão" do cidadão, outros desperdiçam, a celebridade pão também é comido pelos astros, não importa se ele é mais refinado ou recheado, é pão.
E nessa sociedade todo direito que todo cidadão deve ter é o direito do seu pão, mas lhe roubam o pão...e o direito? Que direito?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Contando um Causo

Um compadre no ônibus começou a contar um causo para quem tivesse ouvido ouvir, naquele momento contou o seguinte causo de uma moça que se viu no direito de sentar e colocar a mochila no banco do lado para guardar pro namorado.
Se fosse história do mato, chegaria uma onça pra cortar o barato.
A onça chegou, segundo o compadre era uma negona alta e forte que fez a moça tirar a bolsa e ainda ficar em pé, sentando ela e uma outra senhora, a qual deve ter agradecido.
Minha tia sempre usou o termo “nega sacudida”, será que esta moça era do que minha tia falava?


Se você leu esse texto, responda no comentário, compartilhe se essa é uma história com moral e qual seria a moral dela.

Sejam sempre bem vindos!

O ditado da Frigideira que se perpetua

Quatro caras discutiam no ônibus, primeiro, em forma de códigos masculinos até o momento em que tudo ficou escancarado.
Falavam de mulher, de seus apetrechos ou a falta deles, um se posicionava a favor da beleza, da boa aparência, falavam de estética, mas passaram a falar de conteúdo.
Dizem por aí, que a mulher tem nos olhos dois cifrões $ . $, se é de fato, ou se pode generalizar é o que se torna a questão, mas segundo a história dos caras segue mesmo esta versão.
O moço trabalhador diz que gosta de agradar sua companheira, levar para o shopping, comprar presente, mas não gosta de ser cobrado disso, ao que se entende, ela, a namorada, trabalha, mas pede habitualmente no mesmo dia, dinheiro. Ele que vê o nome dela no telefone, nem sente vontade de atender, ela diz: “Preciso de dinheiro”, ele revoltado diz que não funciona assim.
Mas todos eles concordam, brincam com a frase e usam de vã justificativa, que toda panela tem sua tampa, mas existe mulher que é frigideira e como já sabemos a frigideira não tem tampa, mas sempre que possível rouba a tampa de outra.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Estou aqui!!!

Aquela catraca faz falta, ela girava algumas histórias, umas das que eu mais gostava, e hoje já não gira mais no mesmo local, não sei se é apenas a falta da catraca, mas as férias que já chegaram para aquela trupe, não os vejo mais, sinto falta! Mas a bendita da catraca também foi uma surpresa no começo, frustrante para alguns, que resmungavam qualquer coisa pelo descontentamento, mas isso é até natural no começo, depois se acostumam.

Fora isso está quase tudo igual, as filas extensas, uma multidão de gente que madrugam para escrever suas histórias. Na viagem, apaguei, as histórias do ônibus não anotei, mas ao chegar no meu destino, notei, um menino de roupas limpas, de aparência boa, deitado na muretinha e dormindo, pensei: O que será que este menino faz aí? Sozinho! Ninguém estava com ele, foi tão rápido o giro dos segundos, mas meu coração se partiu ao ver aquela cena, como se partiu ao ver aquela multidão de gente, com seus colchões e família acampados na frente da Câmara Municipal.

Hoje quando cheguei, aquelas pessoas, já não estavam mais lá, depois de mais de três semanas, eles sumiram, podia ter ficado aliviada, mas pensei: Pra onde eles foram? Será que para um lugar melhor? Existe uma diferença entre as pessoas que não queriam que a vida fosse desse jeito, mas foram engolidos pelas circunstâncias, e os acomodados, que querem sombra e água fresca sem nenhuma gota de suor, existem os herdeiros de situações assim. É verdade que os dois plantam e colhem o que plantou, mas é triste mesmo assim. A desigualdade no mundo, a falta de emprego para todos, as falhas na educação colaboram muito para situações como estas.

Lugar de criança é na escola, não é na rua, não é dentro de um ônibus vendendo docinho, é dentro de casa, é dentro de um lar, seja ele feito do que for, o lar é dentro do coração das pessoas, criança precisa de alguém que seja por ela, não adianta ter casa boa, ter o filho na escola, se ele não sente que você se importa com ele, que gosta de ouvir o que ele tem para contar, que o incentive a aprender, a criar. “A vida é bela” é um dos filmes mais comoventes que já vi, o mundo pode estar muito feio ao nosso redor, mas a sensação de que alguém está aqui, já muda toda nossa forma de ver, de encarar a vida e nos incentiva a seguir em frente. Se você está aqui! Eu vou seguir!