A moça sentada do meu lado, é jovem e bonita, para os que acham que essas duas palavras andam juntas. Eu, particularmente discordo, até pela relatividade e subjetividade de cada uma dessas palavras, no entanto, estava ela lá, sentada ao meu lado e gentilmente se ofereceu para segurar a bolsa da moça que estava em pé, a moça não recusou a gentileza, pois é fato que gentileza gera mais gentileza.
Animada, falava ao telefone, aparentemente com seu namorado, a qual carinhosamente ela chamava de "amor" e perguntava onde ele estava, devia ser apenas 7 horas da manhã, ao ouvir a resposta ela disse: "Comprando pão?! Que delícia, só eu que não compro pão", disse ela como se comprar pão fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, e de fato, ela tem razão... A gente trabalha todo dia para comprar pão. Há tempos atrás quando o moço era bonito, ele era um pão. Até música o pão ganhou feita pela Xuxa, que era: "Quem quer pão, quem quer pão, quem quer pão, que tá quentinho, tá quentinho tá quentinho" e na oração o agradecimento pelo pão nosso de cada dia... o moço vendendo doce no ônibus que já vem com o discurso pronto: "eu poderia tá matando, eu poderia tá roubando", mas não, ele não está, está apenas tentando ganhar o pão, a criança jogada na sarjeta daria tudo por um pedaço de pão, o pai de família trabalha o mês inteiro para comprar pão para esposa e filhos. Alguns políticos roubam o "pão" do cidadão, outros desperdiçam, a celebridade pão também é comido pelos astros, não importa se ele é mais refinado ou recheado, é pão.
E nessa sociedade todo direito que todo cidadão deve ter é o direito do seu pão, mas lhe roubam o pão...e o direito? Que direito?