segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vendendo o peixe pra comprar pão

Crianças com os pés descalços em pedras grandes e brancas vendendo seu chup-chup, sacolé, dim-dim ou o mais conhecido geladinho e também aquelas famosas e deliciosas cocadas tão bem preparadas pelas mãos mineiras. Humm! Essa é uma figura de minas, enquanto o trem para em cada estação há uma ou mais dessas figuras engraçadas que correm de janela a janela, vendendo não o peixe, mas o doce... Engraçado pensar que vendemos o peixe para comprar o pão, não?!
Os morros cobertos pelo verde e alguns pontinhos que se mexem e fazem som, o rio, as cidades, são apenas alguns traços dessa encantadora Minas Gerais "Oh! Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais."♪
Pobre coitado do menino que de chinelo corre e sem chinelo continua ao vê-lo quebrar entre a correria das pedras. Que sorriso bonito tem a menina, o trabalho é puxado, mas eles não parecem tristes, parecem estar brincando, mas sabem que trabalho não é brinquedo e que sustento é coisa séria, de cedo aprendem a valorizar cada esforço e se tornam grandes em sua pequenez. Quase o mesmo retrato de São Paulo, porem não o mesmo, a diferença de oportunidade é nítida...e a comodidade também.
Me confundo nos discursos do ônibus, quem fala a verdade? São tão engajados e bem articulados, vão de caso pensado, tentam te comover, te ganhar e conquistar pelo menos alguns centavos, são apelativos e persuasivos... Me fizeram algumas vezes pensar: Será que é verdade mesmo? Mas confesso que não sou do tipo que alimenta isso, não que eu não queira ajudar, eu bem que quero, mas tenho medo de ao invés disso, dar mais corda para se enforcarem, então êxito.
O moço que entrou no ônibus vende caneta, diz que tem ulcera, e uma filha, começa seu discurso com um "obrigado, por enquanto" (o que ele quer dizer com por enquanto?), seu apelo é a filha, claro! Será que ele diz a verdade? Se eu tivesse uma filha faria de tudo para o sustento dela, com certeza, mas não sei se dentro de um ônibus. É confuso meus pensamentos... Deixo o resto com vocês.

5 comentários:

  1. Também fico pensando se é verdade ou não quando pedem dinheiro em ônibus, entre outros lugares. Certa vez um homem me pediu dinheiro e eu não dei, ele deu uma apelada dizendo que era morador de rua e tal, mas por mais que eu me sensibilizá-se fiquei com o pensamento, será que é verdade?

    Outra vez um homem me pediu dinheiro para voltar para casa dele e disse que estava passando dificuldades, como eu estava ressentido por não ter ajudado o outro homem, troquei meu dinheiro e dei o dinheiro suficiente para ele pegar o ônibus, dei a volta para resolver uns negócios e quando volto o fdp do cara estava pedindo dinheiro para uma mulher e usando o mesmo discurso, quando ela abriu a bolsa eu me coloquei a sua frente e contei que ele estava fazendo um trambique, ela foi embora e o homem ficou a resmungar, eu chamei ele pilantra e quando ele olhou para me responder eu olhei feio, ele enguliu o que ia me dizer e eu fui embora.

    Conclusão: Por causa de pessoas sem o mínimo de bom senso que querem sacanear os outros para ter uma vida facial, quem realmente precisa, muitas vezes em situações extremas acaba pagando o pato.

    Belo post Ná
    bjão

    ResponderExcluir
  2. Dificil acreditar em alguns caras que pedem, alguns são reais, mas como saber se são ? dificil ne...então temos que ser movidos pelos sentimentos...Uma vez uma senhora do meu lado no onibus apos ter ouvido um lindo discurso de um cara que pedia dinheiro pára o sustento da sua familia me disse assim: Esse homem diz a verdade, percebo nos olhos, e nas palavras dele...então acredito que com o coração vc percebe quem diz a verdade.

    Lindo post Ná..
    beijo

    ResponderExcluir
  3. Penso um pouco como você.

    Tenho a "filosofia" do ensinar a pescar e não dar o peixe. As vezes a moedinha faz a diferença. Mas quem sabe quando? Se e tivesse uma filha nunca a colocaria a prova para ganhar o sustento dela e uma coisa que eu reparo é quando entra uma mulher, eu reparo... devidamente retocado, esquece dinheiro. Geralmente compro quando rola menos drama e mais esforço, articulação...

    Sou meio suspeita, desacredito em muita coisa.

    ResponderExcluir
  4. Sobre isso meus pensamentos brincam numa roda-gigante, ora em cima, ora em baixo. Não tenho olhar nem discurso fixo. Acho difícil dizer. É complicado discernir a preguiça da falta de oportunidade, não acha? Eu digo que ajudo quando posso e quando tenho, mas nem sempre as coisas acontecem nessa ordem. Complexo, meesmo, rs.

    ResponderExcluir
  5. Muito boa sua descrição Nay! Lendo fui até Minas, enxerguei a situação e num passe de mágica estava eu lá sentada no banco do ônibus olhando o vendedor de caneta. Eu penso como você, será que é verdade? Ele realmente tem que expor o filho para ganhar um trocado?

    ResponderExcluir