segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A minha história favorita

São Paulo, 04 de Outubro de 2010


Com seus olhos de águia está sempre a procura de novas histórias, as pessoas não sabem que estão sendo observadas, registra em sua mente e fica ansiosa para colocar as percepções no papel, entra no ônibus puxa o caderno, saca a caneta e atira tinta, é uma historiadora procurando histórias vivas.
Sempre me comparei ao personagem da "Caverna do Dragão", desenho antigo de "1800 e bolinha", Sheila, claro que não há semelhanças físicas que nos ligam, mas é justamente o seu poder de Invisibilidade quando veste a toca que sempre foi o nosso ponto em comum, só que eu não preciso de uma toca mágica para isso.
Pode até parecer repetitivo, mas não tem jeito, essa é mesmo a minha história favorita, como era mais fácil quando eu não queria agradar ninguém. Ter a idéia de querer um público está começando a inibir minha criação. Mas a história é a mesma de outros verões. Oh! Verão não, perdão, da primavera nublada que já faz quase 3 semanas, que como sempre, propícia a chuva e muito abafada.
Mas a história continua, na última vez a adorável Trupe chegou todos juntinhos e passaram a catraca, foi algo novo, mas não muito surpreendente, acho que nem tinha parado pra pensar como foi que isso aconteceu, hoje, primeiro dia de trabalho para os trabalhadores, óbvio, não necessariamente para os escravos do trabalho que male-male tem folga, fazer o que! Às vezes é necessário.
Estava distraída e pensando que deveria ficar de olhos abertos, pois histórias vivas acontecem nos momentos em que estamos de olhos fechados ou virados para dentro. Abri! E vi! Era a minha estimável Trupe, não no lugar de sempre, mas na entrada do nosso cenário, terminal. Passamos por ela muito rápido, mas os vi em peso, eu com certeza sorri, como se tivesse descoberto um grande segredo.
Caminhei até o nosso antigo ponto de encontro... “Ei! Aquele não é o Rodrigo?!”, de fato, era mesmo o Rodrigo, esperando... Que confuso! Seria um ato de vingança pelos dias que Rodrigo não os esperou? Que pensamento sórdido da minha parte, na hora nem pensei nisso, só quis dizer a Rodrigo “Ei! Seus amigos estão do outro lado”, mas com que coragem? Rodrigo não me vê e isso arriscaria tirar meu poder de invisibilidade, ele poderia pensar: “Que menina legal!” ou não... Podia pensar, ou melhor, descobrir que o observo. Girei a catraca e do outro lado era somente isso que eu fazia, observava.
Minha vontade ainda lutava contra meu corpo “Vai lá! Fala!”, mas eu senti que Rodrigo já sabia dos amigos do outro lado, parecia que escrevia uma mensagem no celular, olhou para ele por muito tempo, demonstrava um pouco de impaciente e se esforçava para ficar ali, parece muito tempo pra mim, mas para Rodrigo com certeza mais.
Podia ser que Rodrigo havia esquecido do combinado, a trupe parecia esperar alguém ou por algo, um desencontro, um ruído na comunicação, já que isso acontece com bastante frequência, mais do que deveria, mas a trupe veio e Rodrigo abriu seu sorriso metálico, eram cinco, se cumprimentaram e entraram, que bom ter amigos.


DEDUÇÃO

Não sei se sou apta para nomear o maior dos dedutores (vulgo aquele que deduz), não conheço tanta gente assim, mas Sherlock Holmes o personagem da Literatura, de filmes e séries é sem dúvida um.
Eu não sou boa em deduções, mas eu tento, com muito esforço. Com certeza vocês já estiveram numa fila que até era grande, mas que com alguns minutos, sobra do tempo, ela ficou muito maior por causa dos amigos dos amigos que chegaram atrasado ou que se encontraram por acaso e entraram no meio da fila. São os furões. Ou já passou pela seguinte situação: Você está no mercado, a fila parece pequena, quando chega alguém com o carrinho cheio e entra na sua frente porque a pessoa da frente estava guardando lugar. Pois é, a minha trupe poderia fazer isso, mas nesse caso, ela não faz.
Com certeza (e espero não estar sendo prepotente) vocês já tiveram que esperar alguém, que demorou a chegar, e possivelmente você fico irritado, incomodado de esperar, ou talvez você seja extremamente paciente. Parabéns! Mas esperar não é uma tarefa fácil e como vocês sabem “minha trupe” espera.
Por hoje é só, são duas observações pequenas que talvez façam vocês entenderem porque gosto tanto da minha trupe e porque acho a história deles interessantes para um blog com um nome tão diferente. Gosto de confundir vocês um pouco, mas entendam de verdade o sentido do blog ser o Diário de outro.
Vamos labutar!

2 comentários:

  1. Eu nunca mais fui o mesmo depois que soube que o Mestre dos Magos era na verdade o Vingador nas horas vagas. Nada pior do que corromper uma visão romantica do mundo do desenho animado, ainda mais quando se é uma criança inocente. Gostei da trupe tambem. É sempre bom estar em uma. Beijos.

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  2. Opa!!! Mas isso é mesmo verdade? Eu fiquei sabendo de que passaram o último episódio da "Caverna do Dragão", e dessa sua afirmativa e outras supostas que já falaram sobre o fim do episódio, como estarem todos mortos...meio como o filme "Os outros". Tudo isso mexeu comigo, como mexeu com você...prefiro não saber o final, prefiro manter a minha visão romantica do desenho...e isso com certeza abalaria muito meu mundo rs...Mesmo mesmo! Sem mentira!

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